Ferdi
Composição: Ferdi e Richard Martins
Eu fui ao pé da letra
No anseio de encontrar
Algum sentido
Algum não dito
Pra me explicar
Busquei um asterisco
Uma nota de rodapé
A marca d'água
Ou alguma mágoa
Pra me dizer como é
Me passou despercebido
Achei que não estava lá
O que eu já tinha muitas vezes lido
Estava nas entrelinhas
Medi cada palavra
Mas nenhuma me serviu
Ou era larga ou apertada
E nada definiu
Cumprida essa sentença
Não coube na oração
Perdi por um período o sentido
Na pressa da expressão
Me passou despercebido
Precisei recomeçar
Pra escutar o que o silêncio me gritava e estava lá... nas entrelinhas
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Composição: Ferdi
Eu descanso a vista
E quando vejo eu tô
Em outro lugar
Sem nenhuma pista
De como eu divaguei
Tão devagar
E se o tempo for pra trás?
Noutras linhas temporais
Onde eu coloquei os finais
Será só o começo?
Ou será que eu fui longe demais?
Fui por um caminho
E agora que cheguei
Não sei voltar
Tentei refaze-lo
Mas eu me despistei
Em outro pensar
E se o tempo for pra trás?
Noutras linhas temporais
Onde eu coloquei os finais
Será só o começo?
Ou será que eu fui longe demais?
Algum empecilho
Me traz de volta aqui
Do devaneio
Saio do meu delírio
Pra essa música que
Parei no meio
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e piano: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Vozes: Zi Vasconcellos, Gabs e Fernando Baeta
Saxofone: Fernando Sagawa
Trombone: Glaucio Santana
Trompete: Gê Ribeiro
Sintetizador: Ferdi
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
Dois passos pra trás
Um pra frente
O tempo vai passar
Indiferente
Nos resta aprender
Com os erros
E nos preencher
Das histórias que temos contamos a nós mesmos
...Todo dia
E as ideias são
Só recortes
Em uma colagem
De cores fortes
E o que é real?
Discutível
Ah mas não faz mal
Eu separo e reconcilio
Sigo com meu delírio
De vida
Se o vazio me espreita
E se eu der espaço
Pode me esvaziar
Vou me costurando
No fio da meada
Sem perder a linha
Pra que eu possa delirar
Consciência tão
Maleável
E a certeza
Sempre questionável
Dividir sentidos
Com os outros
Ouvir e ser ouvido
Ser um pouco no todo
É quase que um sopro
De vida
Se o vazio me espreita
E se eu der espaço
Pode me esvaziar
Vou me costurando
No fio da meada
Sem perder a linha
Pra que eu possa delirar
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Voz e piano: Ferdi
Vozes: Ferdi e Fernando Baeta
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
‘Se eu der
Tudo de mim’
Mas a quem quero enganar?
Dou o que puder
E mesmo assim
Acho que não vai bastar
Mas na pressa de chegar
Dei uma volta e meia
Me vi no mesmo lugar
Sem ver o que rodeia
Da um tempo pra sonhar
Esfriar a cabeça
Pôr as coisas no lugar
Em que eu me reconheça
Se eu me culpar
Mais coisas me cobram
E podem me quebrar
Vou me desdobrar
E ainda me sobram
Os cacos pra juntar
Mas na pressa de chegar
Dei uma volta e meia
Me vi no mesmo lugar
Sem ver o que rodeia
Da um tempo pra sonhar
E esfriar a cabeça
Pôr as coisas no lugar
Em que eu me reconheça
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz: Ferdi
Violão: Fernando Baeta
Vozes: Ferdi, Zi Vasconcellos, Gabs e Fernando Baeta
Sanfona: Edu Guimarães
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
Há coisas que são
Imensuráveis
Inomináveis
Estão por aí
Eu sei que saber
É tão aprazível
Mas tão discutível
Com as coisas que vivi
Se eu não estou aqui
É que eu fui buscar
Outras maneiras de
Me comunicar
Pego palavras que
Estão soltas no ar
Mas que não bastam
Para me eu expressar
Algumas questões
São indecifráveis
Mas tão razoáveis
Que moram em mim
E eu aceito sim
O imprevisível
O incompreensível
Até o fim
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Baixo: Ferdi
Vozes: Ferdi, Zi Vasconcellos, Gabs e Fernando Baeta
Saxofone: Fernando Sagawa
Trombone: Glaucio Santana
Trompete: Gê Ribeiro
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
Que eu saiba já não se sabia
Se era ontem, hoje noite ou dia
Enquanto minha certeza derretia
O lugar cheirava a fantasia
Então uma explosão
De cores e sabores
Me sinto em expansão
Mistura de odores
Às vezes eu pensava e acontecia
Todos os sentidos em sinestesia
Os arrepios vindos da minha nuca
Lá no fundo uma sensação maluca
Tudo aumentava ou diminuía
As formas e o som em uma melodia
Nada que de fato eu entendia
Mas que de algum jeito eu já conhecia
A mente oscila cheia e vazia
Aonde eu estava eu já não sabia
Flutuo num momento agradável
Minha consciência quase que palpável
Fantásticas as cores que eu via
A imaginação é o que me conduzia
Outras formas de olhar que não a minha
Respirando o silêncio que uma pausa tinha
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Composição: Ferdi
Um relógio parado, um desenho amassado
Um disquete cheio de informação
Quinquilharias e livros, brinquedos quebrados
Um cheiro de guardado e solidão
Bugigangas perdidas, esquecidas no vento
Tantas as memorias que aqui estão
E ali congeladas paradas no tempo
Ficam quase que em outra dimensão
E quanta coisa que ainda tem por lá
Vou passear
Pelo achados e perdidos sem achar
E então navegar
Por entre as coisas que ninguém lembra onde está
Uma bola já murcha, uma roupa rasgada
Já foram de alguém em outra ocasião
E agora são tralhas já valem mais nada
Mas afeto não costuma ter preço então
Quantos tesouros de alguém estão por lá
Vou passear
Nos achados e perdidos sem achar
E então navegar
Por entre as coisas que ninguém lembra onde está
Vou me encontrar
Se os achados e perdidos visitar
E então flutuar
Por entre as coisas que ninguém lembra onde está
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e piano: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Vozes: Zi Vasconcellos
Saxofone: Fernando Sagawa
Trombone: Glaucio Santana
Trompete: Gê Ribeiro
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
A dança da mudança é inconstante
O tempo passa aqui a todo instante
E se tudo passar?
Onde eu vou me segurar?
Em algo que dure?
Ou em algo que durante sempre mude?
E a passagem é só de ida
O sol já nasce em algum lugar
Enquanto se põe por aqui aonde estou
Cada coisa em seu lugar
Seja pelo tempo que for
O tempo passa a cada instante
E o presente agora por mim já passou
E o que eu sou está de passagem
Por aquilo que estou
A dança da mudança segue inconstante
O espaço o passo-a-passo e já estou distante
Mas e se eu voltar para o mesmo lugar
Com tudo diferente?
É sinal que o sentido da vida
É mesmo pra frente
E a passagem é só de ida
O sol já nasce em algum lugar
Enquanto se põe por aqui aonde estou
Cada coisa em seu lugar
Seja pelo tempo que for
O tempo passa a cada instante
E o presente agora por mim já passou
E o que eu sou está de passagem
Por aquilo que estou
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e piano: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Saxofone: Fernando Sagawa
Trombone: Glaucio Santana
Trompete: Gê Ribeiro
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
Ia lá pegar
Mas eu me distraí
O que fui buscar
Eu esqueci
Meio desatento
Um tanto avoado
O que eu procurava
Tava do lado
É que já cheguei na idade em que a novidade lembra muito algo que eu já passei
E isso me fez pensar de que nunca e muito tarde pra aprender alguma coisa que não sei
É que faz um tempo que eu não leio nenhum livro novo, um daqueles que outro dia eu comprei
Tipo quando eu era bem mais novo eu tinha tempo o tempo todo, mas pera um pouco que eu viajei.
Esqueci da vida
E quando eu vi
Tropecei na guia
Nem percebi
Nem olhei pro lado
Nem vi o que tá rolando
Sai embaraçado
Assobiando
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Guitarra Hawaiana: Ferdi e Fernando Baeta
Composição: Ferdi
No bolso guardado só
A rosa dos ventos
Segue lado a lado
Com seus pensamentos
O relógio parado
Pra cada momento
E vai demorado mas
Com discernimento
Que ainda tem muito
Chão pra pisar
E mande notícias
Quando chegar
Pare se tiver motivos
Para parar
Lembre que o caminho
Sempre vai estar lá
Nunca haverá um só pra trilhar
Se tiver que dar algum
Passo pra trás
Não se aflija nem
Se cobre demais
Que ainda tem muito
Chão pra pisar
E mande notícias
Quando chegar
Pare se tiver motivos
Para parar
Lembre que o caminho
Sempre vai mudar
E nunca haverá um só pra trilhar
Arranjos: Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Composição: Ferdi
Já aceitei
Sem fazer parte
Já não me encaixei
Não me posicionei
Fiquei sem falar
Já falei
Sem necessidade
Já disse o que não sei
E as vezes calei
Sem acreditar
Acreditei
Em meias verdades
Já me distrai
E não consegui
Me escutar
Escutei
Um monte de bobagens
Já fingi que ouvi
Ouvi e fingi
Pra não machucar
Já sabotei
Minha força de vontade
Já compliquei
Tanta simplicidade
Já aumentei
Tantas coisas pequenas
Já questionei
O que vale a pena
Arranjos: Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Composição: Ferdi
Por de trás da porta
Uma ideia torta
Querendo entrar
Vagarosa
Será que alguém indica
Uma boa terapia
Pra sustentar
O dia a dia
Mas se alguém pular, também vou entrar?
Ahhhh
Vejo um sorriso com malícia
'Pode entrar
Que água tá uma delícia'
Não é a água em si que é ameaçador
O que assusta é ver quanta gente pulou
Alguém me belisca
Apaga ou já risca
Meu nome da lista
Tô fora dessa aposta
Quando eu falo com a parede
Na maior parte das vezes
Ela não da
Nenhuma resposta
Ahhhh
Vejo um sorriso com malícia
'Pode entrar
Que água tá uma delícia'
Não é a água em si que é ameaçador
O que assusta é ver quanta gente pulou
Agora eu olho onde eu piso
Já que tem um abismo
Ao interpretar
As perspectivas
Então eu boto em conserva
Aquela velha ideia
Pra escutar
Novas narrativas
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Baixo: Fernando Baeta
Cajon: Fernando Baeta
Vozes: Zi Vasconcellos
Teclado/órgão: Julia Toledo
Bateria: Guilherme Sobral
Composição: Ferdi
Fui na casa da preguiça
Ela pediu pra avisar que não está
Passei pela casa do desejo
Esse queria muito que eu fosse visitar
A inveja estava na janela
Algo a incomodava e ela foi ver
Era o ciúme preocupado
Pois ele sempre tem tudo a perder
Viajei e fui
Pro interior
Pra ver além dos contos
Todos lá já
Ouviram falar do amor
Eu fui ao seu encontro
Bati na casa da ganância
E lá não tinha nem lugar pra sentar
De tanta coisa acumulada
E ela não me ofereceu nem nada pra tomar
A vingança não estava
Essa não tem nem sossego pra comer
Vive muito atarefada
E nada que ela faça parece resolver
Viajei e fui
Pro interior
Pra ver além dos contos
Todos lá já
Ouviram falar do amor
Eu fui ao seu encontro
A raiva já não tinha casa
Perdeu no incêndio que ela mesmo começou
O medo já não falava nada
Pois dentro de sua casa ele se trancafiou
Depois de tanta caminhada
Finalmente vi uma das faces do amor
Com sua casa bem cuidada
Que pra construir todo mundo ajudou
Arranjos: Fernando Baeta e Ferdi
Voz e violão: Ferdi
Guitarra: Fernando Baeta
Baixo: Fernando Baeta
Vozes: Zi Vasconcellos e Fernando Baeta
Bateria: Guilherme Sobral